sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Anos 80: Rebeldia

Era do poder e dos exageros visuais. A mulher passou a ocupar áreas antes reservadas aos homens ganhando status e dinheiro - são engenheiras, arquitetas, gerentes de empresa, donas de seu próprio negócio.

Foi também a época dos yuppies norte-americanos, que lançaram moda para todo o globo com suas roupas de griffe. Com o culto ao corpo começaram a corrida para as academias (febre da ginástica aeróbica), as vitaminas - surgiu a geração saúde.

A multiciplidade das tribos urbanas alcançou algo nunca visto - coexistiam punks, góticos, skinheads, new wavers, rappers (do hip-hop americano). A música influenciou fortemente a moda.

A ambiguidade foi um traço marcante da década - estampas de oncinha, cores cítricas, acessórios "fake" conviviam com discretos tailleurs e com roupas de moletom e cotton-lycra recém-saídas das academias.

A maquiagem tinha batons de cores vivas como o pink e o vermelho, os olhos eram bem pintados com sombras fortes, os cílios eram alongados com máscaras coloridas (verde e azul). Os cabelos tinham gel para o look molhado, mousse para criar volume, ao lado das permanentes e topetes altos.

No fim da década apareceram as supermodels - Linda Evangelista, Naomi Campbell, Cindy Crawford, Claudia Schiffer - eram as mulheres mais glamourosas, desejadas e invejadas. Ocuparam o imaginário da mídia e do público, antes reservado às estrelas de Hollywood.

A mistura de tendências e a ambiguidade que caracterizou os anos 80 provaram que todos os limites são relativos e que a moda não é mais que a projeção de sonhos, idéias e aspirações - tudo é possível no mundo da criação.

Variedade de estilos que vai do New Wave e tons de neon, punk e vertentes do rock.

Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. Os yuppies, executivos jovens sedentos por poder e status, também eram outro movimento.

A moda apressou-se por responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Num afã em ostentar, todas as roupas de marcas conhecidas tinham seus logos estampados no maior tamanho possível, com preços proporcionais. O jeans alcança seu ápice, ganhando status. E os shoppings tornaram-se paraíso dos consumistas.

Influenciando as roupas, o espírito esportivo levou o moletom e a calça fuseaux para fora das academias e consagrou o tênis como calçado para toda hora. Este último também fez ressurgir a moda de calçados baixos, como os mocassins, tanto multicoloridos como clássico.

A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes, com jogos de tons e contrastes.

A modelagem era ampla. As mulheres, que nesse momento ingressaram maciçamente no mercado de trabalho à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhoueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia.

O surgimento de novos tecidos, como o stretch, dava um ar futurista às roupas.

A releitura de antigos clichês, a exploração das ambiguidades, a reflexão sobre conceitos como bom gosto e mau gosto, assim como a mistura de tendências a partir dos anos 80, provaram que todos os limites são relativos e que a moda não é mais que a projeção de nossos sonhos, idéias e aspirações, e que, afinal, tudo é mesmo possível no mundo da criação.

Por Cintia Nigro e Nara Borges

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